Manifestações saem das redes sociais para grandes avenidas

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Foto: Emerson Paulo
A internet tem gerado muitos debates por deixar relações humanas apenas no campo virtual. Em alguns casos essa tendência pode ser verificada, porém, em outros eventos, observa-se um fenômeno totalmente contrário. A população tem utilizado os meios digitais como ferramenta para tentar mudar o cenário político, a exemplo do que foi visto na Primavera Árabe, no movimento Occupy Wall Street e, recentemente, em algumas manifestações no Brasil.



Nos últimos anos, o Governo tem se preocupado em desenvolver programas de inclusão digital no Brasil. Muito do que tem se falado pode ser visto em dados do IBGE 2008, pois é exposto que cerca de 65,75% das pessoas com 10 anos ou mais utilizaram internet em seus domicílios no estado de São Paulo. Quando questionados com qual finalidade, cerca de 84,4% utilizou para falar com outras pessoas, o que nos leva a crer que as redes sociais têm longo alcance e que a web tem aproximado as pessoas, porém não de forma física e sim por afinidades, sejam culturais, políticas, etc.

O acesso amplo a informação com a ajuda da web parece esta surtindo efeito nos jovens, mudando seu comportamento deixando-o mais ativo na sociedade, e começa romper alguns paradigmas, pois no livro do antropólogo Roberto DaMatta, O que faz brasil, Brasil? O autor ressalta que mesmo conhecendo e convivendo com economia não discutimos sua implicação, no entanto o cientista político Cláudio Penteado diz que “a falta de uma cultura cívica participativa do brasileiro” que se caracteriza por “cidadania passiva”, ou seja, o brasileiro normalmente é bem conformista quanto a seu comportamento, mesmo sabendo que aquilo pode ser mudado ele muitas vezes opta pelo silêncio.

Mas por que a internet esta sendo usada dessa forma estaria o povo brasileiro começando a engatinhar no que se diz respeito a se manifestar? Para Murilo Machado, mestrando em Ciências Humanas, o uso da internet para esse fim “é uma coisa que tem acontecido naturalmente a partir da popularização da das tecnologias de informação, que se popularizam elas permitem diversos usos por parte das pessoas algumas vezes com resultados bem interessante” para o cientista social Claudio Penteado “Dentro do atual contexto da Internet, as redes sociais são hoje espaços privilegiados que tem atraído a atenção de um número cada vez maior de membros, que utilizam esses espaço para se comunicarem. Sendo que uma dessas formas é o uso desses fóruns para realizar protestos. Acredito que por ser um ambiente "amigável" para os usuários da internet, as redes sociais devem ser nos próximos anos um espaço político cada vez mais importante”, ou seja, seria inevitável não usar a internet com esse fim de sempre esta reivindicando algo.

Pois como Claudio Penteado diz “a internet reduziu o custo de participação política e permite a organização e articulação em rede dos protestos“, isso implica que alguns fatores acabaram contribuindo para tal “fenômeno” se antes era necessário que tivéssemos custos mais uma série de valor implícito hoje conseguimos o que queremos rapidamente podemos atribuir isso a sociedade imediatista que vivemos em pleno século XXI.

Os entrevistados deram dois exemplos bem interessantes que partiram da internet e dominou as rodas de conversas e teve uma ação positiva para Cláudio Penteado exemplificou como exemplo positivo a Lei Ficha Limpa, porém ele ressalta que não podemos esquecer das instituições que tinha por trás do movimento já o Murilo Machado nos fala de um projeto de Lei do na época deputado senador Eduardo Azeredo senador do PSDB-MG que queria instituir uma lei que foi apelidada como AI-5 digital, que após o movimento Mega Não ele foi deixado de lado. No entanto não podemos esquecer que como o Murilo diz “a internet não ira ditar o resultado da manifestação”.agora o Cláudio Penteado nos alerta quanto aos possíveis resultados “É preciso ter muita calma com os efeitos políticos das mobilizações online justamente para não superestimar sua capacidade política, pois existe um segmento de jovens ciberotimistas, que acreditam que podem transformar o mundo pela rede, mas essa mesma rede pode se tornar mais um mecanismo de dominação e controle”.

Por fim é como Murilo diz “A tecnologia esta a nosso serviço e de determinadas causas” podemos complementar essa frase como cabe a cada um defender o que acha correto e os órgãos aceitarem ou não suas reivindicações.Já o Cláudio Penteado “Acredito no seu potencial, mas ele é limitado pelos arranjos sociais, culturais, econômicos e políticos do mundo offline. A política do futuro está na conjunção da esfera real com a virtual.” Podemos concluir que mesmo com o avanço da tecnologia e tudo mais não depende exclusivamente dela, pois para que haja uma mudança efetiva temos que lutar em pró do que se acha certo e correto em busca de uma sociedade mais igualitária, segura, sem corrupção.

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