Popularização do vôlei é grande ponto da Superliga

quarta-feira, 2 de maio de 2012


Além dos resultados da seleção, o crescimento da liga nacional tem contribuído para o estabelecimento do vôlei como segundo esporte nacional


Foto: Nayara Reynaud
Há dezoito anos, o vôlei já era um esporte conhecido no Brasil pelas conquistas da seleção masculina, medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles (1984) e ouro em Barcelona (1992), mas não despertava o mesmo interesse dentro de casa, com a Liga Nacional. Percebendo a necessidade de fortalecer a modalidade, a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) criou, em 1994, a Superliga. Durante esses anos, a competição foi se tornando “super” aos poucos.

O aumento gradual do interesse dos clubes, jogadores, patrocinadores e, é claro, do público foi fundamental para o seu desenvolvimento. Hoje, a Superliga, junto com o bom desempenho das seleções masculina, feminina e juvenil, pode ser considerada a base para o crescimento do esporte. “O voleibol é o 2º esporte do país. Já vem de grandes títulos. Então, espero que cada ano que passe venha a melhorar”, deseja Jaqueline Carvalho, capitã do Sollys/Nestlé, equipe de Osasco.

Um rally demorado

A CBV tem realizado diversas ações para melhorar a competição, como modificações do sistema de disputa, criação do ranking dos atletas e, no último ano, da Superliga B. Entretanto, um dos principais problemas enfrentados pelos clubes é o apoio dos patrocinadores. A cada final de temporada, equipes correm o risco de chegar ao fim, ou ficam muito próximas disso.

Jaqueline, atleta do time de Osasco que, em 2009, passou por essa situação com a saída do antigo patrocinador, afirma que o cenário atual é bem melhor, mas deseja que o interesse das empresas no esporte cresça ainda mais. “Acho que se isso for evoluindo cada vez mais, a tendência é que a Superliga (e, logo, o vôlei) venha a ser um esporte bem visado pelos brasileiros”, almeja a jogadora.

Um dos fatores essenciais para esse investimento é a visibilidade, já que a competição é transmitida nos canais SporTV (canal fechado) e Esporte Interativo (UHF e satélite), enquanto a TV Globo passa somente alguns jogos das finais. Em palestra na Universidade Nove de Julho (Uninove), em abril de 2011, o apresentador do Globo Esporte, Tiago Leifert, disse que, mesmo dando baixos índices de audiência, a emissora continua transmitindo as partidas de vôlei e de outros esportes olímpicos, porque a direção considera importante esse incentivo.

Uma jogada de mestre

Um dos trunfos da Superliga nos últimos anos é a volta de jogadores da seleção brasileira que estavam no exterior, além da vinda de atletas estrangeiros. Os principais nomes internacionais são o tcheco Filip (Vivo/Minas), os cubanos Camejo (Vôlei Futuro/Araçatuba), Herrera e Daimi (Usiminas/Minas), e as norte-americanas Dani Scott (BMG/São Bernardo), Stacy (Vôlei Futuro/Araçatuba) e Hooker (Sollys/Nestlé).

“A Superliga tem evoluído a cada ano que passa. Agora, vindo mais estrangeiras e jogadores de seleção brasileira que estavam lá fora, a tendência é melhorar cada vez mais”, assegura Jaqueline, que, depois de três temporadas nas ligas italiana e espanhola, voltou a uma equipe brasileira em 2009, motivada pelo crescimento da competição nacional e pela saudade da família.

O ace

No entanto, o principal ingrediente dessa mistura de sucesso da Superliga é o público. Cada vez mais, as equipes mobilizam torcedores apaixonados em suas partidas. É o caso dos Loucos de Osasco, torcida organizada do time da cidade, principal clube do voleibol feminino no Brasil, junto com o Unilever, do Rio de Janeiro.

“Desde que começou o vôlei aqui, em Osasco, eu acompanho”, afirma Jonas Alves, que assim como seu colega Michel Guedes, criou uma ligação com a equipe desde o início, quando ainda era BCN/Osasco. “Aqui é a nossa segunda casa”, declara Michel, revelando que o voleibol se tornou um esporte viável para a população mais humilde da cidade, já que as entradas para as partidas são sempre livres.

Adonis Nogueira, que também se tornou torcedor na mesma época, admite que a raça das jogadoras é um dos motivos que o levam a assistir aos jogos. “Você vê o crescimento do vôlei. Isso incentivou a minha filha, que hoje está com 10 anos. Ela faz vôlei no projeto do Bradesco (ex-patrocinador do time profissional, que manteve o projeto com o time juvenil)”, conta o pai orgulhoso da filha, Larissa Nogueira, que confessa seu maior desejo: “meu pai e minha mãe me verem aqui jogando junto com elas”.


Ficou interessado no assunto? Confira a entrevista completa com a jogadora de vôlei Jaqueline Carvalho, capitã do time de Osasco, sobre o crescimento do esporte e da Superliga:


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