Jornada cultural rouba a cena na periferia paulista

sexta-feira, 27 de abril de 2012

 Hell uma jovem rica e consumista se apaixona por  Andreas
 Foto: Lillian
Em uma metrópole marcada pelas diversidades culturais, econômicas e sociais é evidente o abismo cultural que sempre separou a periferia dos grandes centros urbanos. Neste cenário de exclusão, a criação de políticas públicas voltadas para inclusão da arte em comunidades carentes de São Paulo, entra em cena na tentativa de aproximar crianças, jovens e adultos do exercício da cidadania. Atualmente o Projeto Céu é Show criado pela Secretaria da Municipal da Educação em parceria com a Prefeitura de São Paulo, em 2010 tem elevado a auto-estima de quem mora próximo aos 45 Centros Educacionais Unificados (CÉUs). As atrações que são gratuitas variam entre peças teatrais com atores e diretores renomados como na peça “Hell” interpretada pela atriz Bárbara Paz, até shows de hip-hop, pop e MPB com direito a apresentações de Toquinho. Segundo a coordenadora do projeto Margareth Tamburu, o objetivo do Céu é Show é levar cultura de qualidade as periferias de São Paulo. “Pra nós isso é um diferencial muito grande pessoas que nunca tinham ido ao teatro agora estão indo, eles veem o artista cantando e encenando a pessoa muda, ele entra e já não saí do mesmo jeito”.


Dá opressão para os palcos

Gabi recita verso de Carlos Drummond
 Foto: Luana Santana
Seguindo o conceito do “Teatro do Oprimido”, método cujo objetivo é levar as produções teatrais para o público popular, a companhia teatral Enchendo Laje e Soltando Pipa, que atua desde 2004, no Céu Três Lagos, região do Grajáu zona sul da capital, colhe os primeiros resultados positivos da inserção da arte na comunidade. O grupo que possuí 13 integrantes e tem no currículo a autoria de duas peças ganhou pela segunda vez o apoio financeiro do programa de Valorização de Iniciativas Culturais, da Secretaria Municipal de Cultura, o VAI que custeia ideias desenvolvidas por moradores de regiões carentes de São Paulo. Através da encenação de temas como preconceito racial, aborto e drogas, a companhia oferece ao público a chance de conhecer o fazer artístico, por meio de oficinas, palestras, saraus e ensaios abertos. Para o ator Fábio Souza é importante levar arte para esse público que se sente por fora.

“Existe muita coisa legal acontecendo em São Paulo, só que fica muito velado aos grandes centros”. Segundo o professor e coordenador Acácio Batista, a escassez de movimentos artísticos na região foi a inspiração para a criação do grupo. Essas iniciativas demonstram que a criação de programas de incentivo ao desenvolvimento da produção cultural local é relevante, pois para muitas crianças e jovens ter a oportunidade de gastar seu tempo livre em atividades artísticas e culturais pode ser crucial no combate a criminalidade e a violência.

1 comentários:

  1. Carol Dias disse...:

    Apoio totalmente esses projetos que incentivam os moradores das periferias que muitas vezes não tem oportunidade ou mesmo interesse por arte a se aproximarem dela. O interesse nasce quando a arte se torna acessivel.

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